COCO CHANEL

O que é Chanel? Certamente a primeira imagem que lhe vem à mente é o perfume mais famoso do mundo, Chanel nº5; se você tiver mais curiosidade sobre o mundo, também se lembrará de bolsas com alças de corrente. Tenho muito satisfação em declarar que a pergunta a ser feita é "Quem é Chanel?". Para entender e apreciar aquilo que você acha que conhece é preciso saber tudo o que envolve esse nome. Passear pela vida da francesa Gabrielle Chanel é ir fundo no mundo fashion e respeitar mais aqueles dois Cs entrelaçados.

A jovem órfã, que aprendeu a arte da costura num orfanato católico, se tornou cantora de cabaré aos 18 anos, onde recebeu o apelido de Coco e conheceu seu primeiro almante, Étienne Balsan. Com ele, conheceu a alta sociedade de Paris, aprendeu a amar cavalos e começou a fabricar seu chapéus, enquanto trabalhava na garçonniere dele.

Após o fim do romance com Balsan, Chanel conheceu Arthur "Boy" Capel, seu grande amor e financiador de sua primeira loja de chapéus, em Deauville, e sua maison, em Biarritz, 1916. Para dar mais charme e consagrar sua marca, Chanel escolheu a flor camélia como símbolo.

O estilo de Capel inspirou Chanel a compôr o look mais conhecido da maison até hoje, as roupas desportivas feitas de jérsei (material usada para roupas íntimas masculinas) e as primeiras calças femininas, também muito inspiradas em marinheiros. As calças pantalonas e as blusas listradas de branco e marinho foram totalmente absorvidas na história da moda.
Após nove anos, Capel se casou com um aristocrata inglesa; porém o romance só terminou mesmo com o falecimento de Capel em um acidente de carro. Esse foi o evento mais marcante na vida Coco.

Na década de 1920, o look boyish, mais conhecido como unissex, ditou a moda. É nesse período também que ela conhece Igor Stravinsky, compositor russo, que mudou a música do século 20. Apesar dos vários romances com homens mais importantes de seu tempo, Chanel nunca se casou. Quando lhe perguntaram o por que não se casou com o Duque de Westminster, ela respondeu: "Houve muitos Duques de Westminster, mas só há uma Chanel". PERFEITA!

Seu affair com o grão-duque da Rússia, Dimitri Pavlovitch, lhe inspirou a criação de uma releitura do dólmã militar e das tradicionais túnicas russas. O trabalho árduo de 20 bordadeiras, colocou seu nome entre as pouquíssimas marcas que podem trabalhar com haute-couture (alta-costura). A década de 20 também trouxe o desejo de todas as mulheres e penteadeiras do mundo: o perfume Chanel nº5. Depois disso, muito produtos relacionados à beleza foram criados pela marca.
Sabe aquele pretinho básico, que não pode faltar? Merci, mademoiselle. Chanel o lançou em 1926, em meio à febre decò. No final dos anos 20, a maison laçou o primeiro tailleur de tweed. USADO ATÉ HOJE!!!!
Em 1932, Chanel lança sua primeira linha de bijoux, desenhada por Paul Iribe. Foi também na década de 30, que Coco passou a usar braceletes em dupla (sempre) e começou sua devoção à bijoux "fake fabuloso". Antes disso, Grabrielle passou usar pérolas para tudo. Fossem verdadeiras ou falsas, lá estavam seu longos e numerosos colares até mesmo para andar à cavalo. As pérolas devem muito a mademoiselle; e Coco Chanel os usava sem qualquer vergonha.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a maison Chanel fechou as portas e só as reabriu em 1954. Dior já estava em alta, mas ela obteve o apoio das principais revistas da época. Para se consagrar na década de 50, a 2.55 foi lançada em fevereiro de 1955. A bolsa de modelo prático para ser usada em um ombro só trouxe a sofisticação em couro e as alças em corrente.

É fácil perceber porque nada pode abalar a maison francesa. Nem mesmo a saída de Karl Lagerfeld (estilista à frente da marca) no ano passado, vai ofuscar o brilho de Chanel. Um legado de Grabrielle apenas foi modernizado com pelos estilista que trabalharam nela. Apenas Chanel sabia o quanto custava ser Chanel e sempre iremos respeitar a essência de essa marca, que hoje possui lojas nas principais cidades do mundo e, esse ano, chega ao Brasil - finalmente.