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sexta-feira, 7 de março de 2014

CONCEIÇÃO DE IBITIPOCA: DISPOSIÇÃO BEM RECOMPENSADA

Mais um fim de semana acompanhando meu marido em suas aventuras e dessa vez o destino foi Conceição de Ibitipoca, em Minas Gerais, cerca de 260 km do Rio de Janeiro. Seguimos pela BR-040, sentido Juiz de Fora e fui surpreendida por 3 pedágios na ida e 3 na volta de R$8 cada. Há também o caminho pelo Sul de Minas, que acredito ser mais longe.
Quando se tem comentários sobre as estradas que te levam a Ibitipoca, você não imagina o quão ruim elas são até testemunhar. Por isso, as informações de que você levará 3:30h, não acredite! Dependendo do carro serão 5 horas, como nós, pois é preciso muito cuidado ao dirigir. Tudo está normal em Lima Duarte, cidade de acesso a Ibitipoca. Lá compramos os suprimentos que faltavam e passeamos um pouco. A cidade não te nenhum atrativo em si e nem bonitinha é. A aventura começou ao entrarmos na estrada de 27km até nosso destino. Chão batido, tentativas frustradas de asfalto com muitas pedras soltas (tipo muito frustrada) e subidas de dizer “Segura na mão de Deus”. Mas lá fomos com nosso Prisma, derrapando muito e eu tendo a certeza que dirijo bem pacas! Finalmente Conceição de Ibitipoca.
Chegamos à vila de Conceição de Ibitipoca

Como chegamos bem tarde e eu estava cheia de dores pelo corpo de tensão muscular por causa da direção, fomos direto até o sítio onde ficamos hospedados: Sítio das Hortênsias. Mais uma estrada nada amigável, mas o carrinho aguentou bem. As vacas no meio do caminho não gostaram muito, mas obedeceram à buzina. Chegamos ao destino e simplesmente descansamos. A recepção foi uma baita chuva com raios e trovões de apavorar. Nosso maior receio era não conseguirmos ir ao Parque Estadual do Ibitipoca, motivo da viagem, mas o belo dia nasceu.
Ateliê de D'anestis

Conheci meus anfitriões, Adriana e D’anestis. Quando acho que ficarei perdida, sempre acabo me achando mais do que devia. Pela decoração do chalé, já sabia que havia um artista plástico na área e o descobri. D’anestis é descendente de gregos, foi praticamente um dos fundadores de Ibitipoca, conversou comigo em inglês, italiano, tentou um francês e eu pedi arrego! Conhecido mundialmente (infelizmente mais fora do que em território brasileiro), ele desenvolve um trabalho de primeira linha e tons encantadores. Impossível não se admirar com as experiências e as histórias dele. Adriana é engenheira agrônoma e eles administram o sítio com muita atenção e carinho. A área tem 5 chalés para 2 até 8 pessoas totalmente equipado com geladeira, fogão e o que precisar para cozinhar. A pousada não disponibiliza refeições, mas nem sentimos falta. Fomos muito bem recebidos e atendidos por eles e seus funcionários. Eles nos aconselharam a encarar a caminhada do Circuito das Águas logo pela manhã e lá fomos nós. 
 
 




A entrada no parque já estava fechada para carros e apenas carros com crianças pequenas e idosos podiam passar pelo portão. Deixamos o carro na fila de muitos e pagamos R$20 por pessoa – estudante paga meia. A caminhada até o centro de visitantes é longa e posso apostar em 1 km ou mais. Parada para os ajustes finais e pegar o mapa. Mais uma vez, pelo horário que fomos, o indicado foi o circuito das águas. Apegamo-nos em uma família que faria o mesmo e passeamos com eles. Na trilha, encontra-se Gruta dos Coelhos, Lago dos Espelhos, Ducha, Lago Negro, Prainha das Elfas, Prainha, Gruta dos Gnomos, Lago das Miragens, Ponte de Pedra, Cachoeira dos Macacos e o Rio do Salto (não esta ordem). São praticamente 5km de caminhada com subidas regulares e não tanto. A cada parada uma vista deslumbrante, mas há pontos bem críticos e o pior é a partir da Cachoeira dos Macacos, pois já se está cansado e a volta não é muito fácil. O sol também não ajudou e eu fiquei bem vermelhinha, pois não acreditei nos conselhos de Adriana e não passei protetor solar. Fizemos a trilha com sanduíches, barras de cereais e garrafas de bebidas isotônicas.




De lá fomos conhecer a vila e tentar um local para comer. Não fomos ao bar do Firma, recomendados por muitos visitantes, por causa do horário. Pretendemos voltar para fotografar e conhecer o espaço tão famoso. Passeamos pela vila, que tem uma arquitetura simples e nada excepcional. Visitamos as lojas de artesanato e eu fui à busca da cerveja Ibitipoca, que não foi difícil de encontrar. Apesar de a vila ter sua Ibiti Beer, a Ibitipoca é a fabricada na região (em breve posto o que achei dela). São 4 tipos fabricados, mas infelizmente apenas 2, a Red e a Pilsen, estavam disponíveis.  Como meu marido se recusava a dirigir por aquelas estradas, não pude degustar a cerveja. Então, fiquei apenas na pizza. Antes de sair da pizzaria (única da cidade), pedi para provar a cachaça de jabuticaba que estava à venda. Delícia absoluta e mais parecia licor, mas infelizmente não pude trazer uma garrafa. Voltamos para o sítio e logo senti as dores absurdas nos joelhos que nos impediram de ir á Janela do Céu. Passamos o final de tarde em meio a conversas com D'anestis e Adriana, que fez uma Cuca de maçã deliciosa - #naoresistoabolo. De qualquer forma, o tempo fechou – consolo! Aproveitamos e fomos visitar a pequena queda d’água do sítio, quando sofri muito com o joelho. Após o almoço, voltamos para casa. 
 








Temos o intuito de voltar em dezembro – se Deus quiser, de férias – para fazer as outras trilhas. Claro que já soldamos para ficarmos no mesmo local e fiquei bem animada com o valor. Por incrível que pareça, alta temporada lá é em julho e agosto.
Em geral, posso dizer que não é preciso guias para fazer as trilhas do parque do Ibitipoca, pois apesar de dos níveis de dificuldade variantes, o parque é muito bem sinalizado e as trilhas bem abertas. Caso deseje se arriscar nessa aventura, vá preparado para longas caminhas – nunca de chinelo, por favor –, com protetor solar, comida extra na mochila e muita água ou isotônico. A cada etapa das trilhas cumprida, a recompensa da vista supera qualquer esforço.



Ah sim! Para aqueles que pretendem ir de ônibus, de Lima Duarte, há um ônibus para Ibitipoca, mas não sei informar os horários. Boa aventura!

Um comentário:

  1. Emily, muito bom seu post.
    Quando voltar e for ao Bar do Firma, prepare-se porque é muito, muito surreal. Vai ver muita teia de aranha. E esqueça o quesito higiene, ok? Mas vale a pena conferir, lá só para carrão pra prestigiar o cara.
    Janela do Céu é uma trilha sem grandes dificuldades, mas a caminhada é muito loga e se for dia de sol, prepare-se, por que vai ter muita exposição ao sol. Começamos a subida à Janela do Céu às 7h da manhã. São mais de 16 km de ida e volta.
    Mas vale muiiiiiito a pena!

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